quarta-feira, 12 de maio de 2010
A Primavera
A primavera é um efeito de pirotecnia.
Uma performance de pássaros
às portas da ressurgência.
O súbito entusiasmo das flores
do mal pela dor adormecida
dos dias mais longos e mais benevolentes.
Suor vendido como água termal
em garrafinhas de oxigénio
para usar à superfície
todos os dias
e uma rara toxina
completamente apaixonada
pelo sistema nervoso central
da sua melhor tarefa:
paralisar-te, no exacto momento
em que a minha boca já não me obedece
quando as pistolas de pólen fazem pontaria
ao solstício do texto
e disparam sobre as duas personagens
uma branca eterna
e crescem os primeiros cabelos
de novos papeis
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Encontrei-te através da Sylvia Beirute. Em dias assim devo engolir aquela frase que tanto uso de que o FB não serve para nada. Serve para isto. E isto é tudo.
ResponderEliminarIr-te-ei lendo com vagar e prazer.
Desculpa, mas eu não sei quem és.
ResponderEliminarNão há nada que desculpar. Não me conheces. Era só (só?) que gostei do que/de como escreves.
ResponderEliminarBem-vinda e obrigado pelo teu comentário/leitura. Espero que voltes sempre.
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