quinta-feira, 1 de abril de 2010

A história da Branca de Névoa (Snow Not So White)




A noite não tarda a rever-se no livro
das suas eternas reclamações.
Uma mulher muito famosa confunde-se
misteriosamente contigo nos corredores
do interdito.
As previsões falharam quando disseram
que hoje nevaria pedaços da tua pele.
Apenas uma névoa investiu na cidade
com a cultura do teu último suspiro.

Agora, toda a tua perseverança
pode ser vista por todos nós
até porque decidiste morrer
com os seios ainda habitados
nas mãos invisíveis do príncipe.

Por vezes a vida é madrasta
e a morte dorme com os pulsos
cortados pela ironia:

na mesma sala onde a tua exposição
ao tempo decorria sem grandes surpresas
enquanto eu desejava morrer também,
totalmente nu e sonolento dentro da urna
contigo, um homem muito baixinho, ao meu lado,
imaginava que sabor teria aquela maçã
envenenada que flutuava fora da tradição
paradisíaca.

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