sexta-feira, 16 de abril de 2010

Lamentação




A loucura envilece
as cerejas
abre a porta do desvelo
com a chave dicotómica
do cansaço
entope as artérias
que irrigam os alvéolos
da contemplação.

A tarde procura nos vértices
dos últimos lugares
um critério suficientemente desonesto
para desaparecer sem deixar rasto.

Um animal promíscuo
é condecorado
fora dos catálogos
do realce.
A sua memória é agora
uma escola abandonada
de diástoles.

Restam as idades decepadas
da decepção. Um ou outro
motivo para desaprender
a perdurar.

A morte não se cansa
de me dar razão
e alguns vocábulos

água maioritariamente desigual.

2 comentários:

  1. ¡Encantado de conocerte! Es un placer tenerte en mi blog como invitado. ¡Y un honor que sea Luis Alberto quien te lo recomiende!

    Me daré un paseo por aquí: todo suena fenomenal.

    Un abrazo,

    Francisco

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  2. Caro André

    Voltarei ao seu blogue, para ler e a reler, porque encontro aqui o agrado reforçado pelo facto de o ter conhecido pessoalmente. E penso que o livro pode chegar. Pense nele. Um abraço.

    Emerenciano

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